Thursday, February 09, 2006

Matéria

Garantindo meu silêncio, resolvi escapar por entre as árvores. À primeira vista, não restavam sequer pequenas esperanças e, se eu estivesse ali sem saber porquê ou sem saber de onde, o que poderia restar de uma vida completamente desconhecida no campo científico? O que diriam, o que seria dito? Se é que diriam alguma coisa.
As partículas estavam todas me seguindo, sem que eu pudesse vê-las. Os vírus, bactérias, todo e qualquer macro e microorganismo patológico presente na região rodeava meu corpo, sem que eu pudesse tentar qualquer tipo de contra-ataque.
As moléculas se quebravam, reagiam entre si e, assim sendo, os átomos das moléculas de gases entravam por entre minhas narinas, levando substâncias estranhas para dentro do meu ser. E de repente, meu pensamento confundia-se com meus instintos de sobrevivência, o que provocou mais do que angústia ou desconforto; desta forma, esqueci-me de respirar e morri afogado em minha própria existência.
E toda essa imaginação jogada fora porque tenho de estudar essas malditas ciências exatas.
Pro inferno com os átomos.

1 comment:

Anonymous said...

Que foi? Veio passear em São Paulo? ; )