Sunday, December 21, 2014

Até nós


Tem um vento
que sopra sempre
que vai do momento
até o ventre de ti
que amo por entre as vidas
e o ar me sorri.
É por onde a ventania
transcorre várias vezes seguidas
a harmonia que segui
a melodia que compus
num caminho de luz
até nós, até aqui.

Wednesday, December 17, 2014

Na chuva



Na chuva, nosso riso
seguia cada passo
criando um improviso,
no caminho molhado de nós.
Que havia, para um abraço
e para dizer o coração.
Que mesmo sem voz,
é o vento de um tempo são,
é nosso dia, que sempre se move
para ser ao sol,
ou enquanto chove.

Monday, December 08, 2014

Minha saudade


Minha saudade,
é longe do toque de ti
e muito antes de te ver...
Pois na minha manhã
toca o canto do bem-te-vi,
se ouve a vista sã
se vê os olhos no alvorecer...
E muito antes de sentir falta,
o espírito salta,
do alto da montanha daqui
para a liberdade, abraçando o ar:
é um pássaro que sente a vontade
de voar.
Que voando, canta o dia de lá:
minha saudade,
é perto da foz,
é de voarmos nós...

Friday, November 28, 2014

Três gaivotas



Olhando pra ela,
eu aprendi,
que a chuva desce
fazendo carinho na janela.
Que mais do que parece,
a flor de luz
que só eu colhi,
chega pela fresta da cortina.
E passa por nossos olhos nus
enquanto a nota se afina
e infinitas notas
cantam em suas três gaivotas,
tatuadas na pele três vezes vestida...
De nós, de amor, de Vida.

Tuesday, November 25, 2014

Três



Meu passo,
meu dia,
meu ar.

Nosso abraço,
nossa alegria,
nosso respirar.

Dia teu,
um passo de eu posso
e o ar que esboça...
Um abraço que respira vias novas de nós.
O nosso meu que vira
o teu nosso que há,
em chuvas de sóis
que a vida dá.

Monday, November 17, 2014

Dois




A nascente,
sabia sim,
a música dela:
ela tocava ares de sol,
porque da sua janela
o dia nascia assim...
E eu ouvi.

Entre o que havia,
a música de mim
fez-se manhã,
que amanheci:
ao voltar do amanhã
o presente
me sorriu...
Ela ouviu.

Saturday, November 08, 2014

Um



Foi numa manhã,
em presença e vida,
que a vista ficou sã.
E a caminhada, quase longe,
talvez esquecida do tempo, 
vestido de monge,
dizendo vida, aqui e ali...
Dizendo viva de vez em quando
por aí.
Mas a coragem estava amando
com o vento
e soube o coração que a alma artesã
havia tecido o infinito
sem que ao relento ficasse o ar.
Porque a vista era mais que respiração
e liberta de onde
para ser enquanto está:
via o segundo mais bonito,
que era este que agora é
e quaisquer outros continuavam a ser
o presente de cada presente,
a Vida que diz
sempre e feliz.

Friday, September 26, 2014

De agora


Há no passo do dia, um dia que nasce.
Na hora que esperas, os segundos da vida.
Na respiração de cada ar,
o primeiro respirar.

Para que o abraço sorria
e uma lágrima em tua face,
seja parte do que eras...
Dali, lembras esquecida
o que dá no passo que há,

na nascente de agora

abre as asas de ti
para que saibas voar.

Tuesday, September 09, 2014

Pelo sorriso


Ser feliz
é ver-te voando.

Daí ser uma vez só
o que se diz,
sempre quando.

E o quando estava ao sol,
mas choravas pedaços de ti.

E dizias de um nó
que teu amor meu
não estava ali.

Daí, deixei-nos voar.

Por amor à liberdade,
avistei pássaros de ar
pelo sorriso que é assim...

Esse vôo leve, que vê
se livre, pousavas em mim.

Sunday, August 17, 2014

Vôo



Sim, a vista é bonita, daqui.
Mas seja quando estás,
seja longe de ti,

eu te escolho.

Antes de a vista dizer
se aqui ou ali,
posso te ver... No meu olho.

Da vida do olho te vi, um respirar da vista bonita.

E ouvindo a luz infinita, aprendo a voar nosso vôo.

Saturday, July 05, 2014

O espírito


Que o presente
seja sempre à vista.
A vida que sente,
a conquista da liberdade.

Ao nascer-do-agora,
haja o coração
e até à morte, a vontade.

Livre de ficar ou de ir embora,
pulse acordada, nas veias que são.

E aqui, na vida,
onde nada falta,


o espírito salta


Ao ar da presença,
cada respiração sentida...

O vôo da liberdade.

A escolha da vista imensa,
diante de toda vida,
de viver...

A realidade.

Saturday, May 17, 2014

Pouso


Esqueço-te,
intensamente
até o infinito.

Voo em liberdade.

E porque amo-te
infinitamente,
o coração bonito
que sente em verdade,

é aqui e nos vôos por aí...

Que sempre pousam na lembrança de ti.

Monday, April 28, 2014

Amo-te


O caminho que vai
entre derrotas e vitórias
tristezas e sorrisos,
que bebe dos paraísos
com o sol de histórias
com a chuva que cai...

Este, quando segue
sem falar dos dias,
entregue à Vida
entre a raiz e o ramo,
soa nas ventanias:

eu amo

E em seguida
toca harmonias que vê,
e que soam:

eu te...

Friday, March 14, 2014

De nós dois



A dois metros de mim
eu encontro tu
a dois passos
do céu azul
a dois abraços
de nós
a dois corpos de eus e tus
estamos a sós
ouvindo a luz.
A poucos segundos de ti,
a dois palmos daqui
estamos um no outro
dançando por aí.
A dois dedos de ar
respiramos um pouco,
livres de antes e depois
o beijo de nós dois.

Wednesday, February 12, 2014

O ar das águas da foz



Tu ficas aí,
me apaixonando,
com esse pouco imenso
que me dás de ti.

És um abraço no quando,
onde voo do que penso
e do que ando,
por ser feliz ali.

E como se não bastasse
o que respiras em nós,
há no mar que me deságuas
o ar que trazes da foz.

Sunday, February 02, 2014

Seguirás

Olha, pela janela,
lá pulsa um dia teu.

Olha, pelos meus ollhos
e se despede
do que não se mede,
leva um pedaço meu.

Olha, pela janela
e vê a vida,
e a ferida
que o caminho amanheceu...

Então olha, para ela,
a vista bela que há de ser
e o passo que há de seu.

Tu seguirás lá por ti
e eu sei que será longe, eu.

Monday, January 13, 2014

Histórias de neurônios



Era um neurônio antigo. A cada gole d’água, ele ativava:
- Glub, glub, glub...
Mas os outros diziam que não, que não era assim. O certo era “glomp”. Não tinha nada que ficar fazendo “glub”. Era “glomp”. Ele franzia a testa e eles tentavam pronunciar melhor: “É glomp! Glomp, glomp, entendeu? GLOMP!!”
Foi aí que ele parou de beber água com os outros. De vez em quando ainda perguntavam:
- Glomp...?
Ele balançava a cabeça negativamente. Reafirmava: “glub”. E continuava com o seu suco de laranja.
Mais tarde discutiram novamente, porque é claro que havia água nos sucos, como os de laranja, então era preciso um meio termo. Pelo menos um “glomb” ou um “glumb”. Mas “Glomb” era complicado, porque era terrível de engolir. E “glumb” só funcionava bem nas goladas rápidas, com muita sede, “glumb-glumb-glumb-glumb...”.
Um dia, finalmente encontraram algo entre o “glumb” e o “glomb”. Mas aquilo deu numa engasgada terrível, que quase matou a todos.
Com o tempo, concluíram que cada sede era uma sede em particular e passaram a se preparar melhor para o caso de terem que improvisar.
Mas até hoje discutem se deveriam realmente permitir o uso do “glamb”.

O tudo


Será que eras
alguém como tu
que ontem eras tudo que és
com o coração todo nu?

Hoje és mais do que consigo sentir.

E que a vida me dê tantos hojes
pra saber o tudo que és em ti.

Wednesday, January 08, 2014

Que eu canto


Em meus passos
havia razões e bobagens,
corações em partidas e chegadas
horários e atrasos das minhas viagens.

E eu fiz desse caos
uma música pra ti.

Os bons ritmos e os maus
me deram notas bonitas,
porque eu te vi.

Mas os passos meus 
foram a pedra artificial
que tão fora dos seus
dançaram afinal,
notas infinitas de uma paisagem
que eu canto na viagem.