Saturday, October 29, 2016

A vida da vista

Para ver a poesia
ainda que no horizonte
distante, minguante,
ao final do dia...

Sobe alto no monte
de nadas de ti
e sejas tu o bem-te-vi
sejas tu a tua ponte
para a luz que te acolhe...

Escolhe.

A vida em respiração
a chuva que chove
os sóis nascentes
os fins do coração.

Todo dia que a vida se pôr
em luzes infinitas, ao presente,
em árvores bonitas que dão o instante que for...

Olhe.

Bálsamo

Um bálsamo de água, um passo de nada.
Um nada, passo-a-passo:
um pouco de muito, um muito de pouco
um vôo de louco, com um pedaço de cada.
Um passo de nada. Um passo de obrigado, de sorrir na caminhada.
Um nada que passa, mas deixa um pedaço.
Um bálsamo de água, um viver à nado.
Que a cada braçada,
é o caminho, é sozinho 
todo o abraço.

Monday, October 17, 2016

Arte do caminho

Na estrada das imperfeições,
no nada dos ideais cristalizados,
no menos e no mais dos corações
e nos passos, idos ou voltados...

A felicidade é sangue de mim
e eu correrei por entre os infinitos.
Descansarei em sóis de sim
e em luas de entardeceres não ditos.

Porque para cada verdade que eu olhe
tocarão chuvas em gaitas-de-fole
que também respiram tempestades
e multiplicam felicidades.

São horizontes de arte
em que meu espírito é em toda parte

o seu próprio caminho de liberdade.