Tuesday, September 01, 2009

Qualquer coisa

Gosto de escrever nas horas vagas. Mas se escrever é uma tarefa, sinto a preguiça chegando, invadindo a minha sala e me dizendo que está com saudades. No entanto, logo me diverti com a idéia de que posso escrever qualquer coisa. Principalmente quando ficou claro que “qualquer coisa” é uma concessão. “Qualquer coisa” é uma coisa, assim, tipo, sei lá, que tem a ver. Não é qualquer coisa. É uma coisa específica.
Mas então que coisa seria essa?? A princípio, me parece uma coisa liberal, direcionada e objetiva. Só que depois de alguma análise, a coisa pode ser subjetiva também e até mesmo sem uma direção fixa. E como se não bastasse a simples complexidade da coisa toda, a coisa tem lá suas restrições. Enfim, é uma coisa realmente difícil.
E foi pensando nessa dualidade da coisa que surgiram algumas soluções. A primeira foi a mais óbvia. Relembrando a sabedoria popular, sabemos que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Ou seja, uma coisa é escrever “qualquer coisa”. Outra coisa é escrever uma coisa qualquer. Todavia, não satisfeito com o tratamento simplório dado à questão, surgiu a segunda possível solução: a coisa, nesse caso, seria uma coisa taoísta, que vai além da dualidade desse mundo de concepções equivocadas, incompletas e ilusórias. Para definir “a coisa”, seria necessário entender as nuanças entre muitos extremos e opostos que se sobrepõem, delineando assim o caminho de sua compreensão.
Contudo, o significado real da coisa ainda não parecia contemplado. Foi quando descobri uma terceira solução e esta sim, me passou mais segurança e satisfação: percebi que a coisa não precisava ser conceituada ou explicada. A coisa, em si, não carregava sua auto-definição. A coisa era o reflexo direto da intenção. Se a intenção fosse correta, não escreveríamos qualquer coisa. E por outro lado, com a intenção correta, poderíamos escrever qualquer coisa.

3 comments:

Jessie said...

E você poderia pensar ainda em escrever, talvez, sobre uma coisa no lugar da coisa... ou quem sabe sobre a coisa que é semelhante à outra coisa... ou até mesmo sobre a coisa que é um pedaço da coisa!

Ahm, enfim, eu concordo com você, se a intenção é correta, pode ser qualquer coisa mesmo.

Depois explico de onde tirei tanta coisa...

:*

Unknown said...

"...reflexo direto da intenção." Taí, gostei dessa coisa...

Cla* said...

Believe it or not...
http://www.ecotopia.org/ehof/muir/bio.html
quinto parágrafo