Wednesday, May 16, 2007

Sobre o "kê"

Eu estava sem o meu “kê”. Não é uma metáfora sobre a minha inspiração, ou sobre o meu jeito de escrever. A minha letra, a minha tecla “kê” foi perdendo contato, talvez comigo, talvez com ela mesma e sem muita explicação, parou de funcionar. E eu kerendo escrever uma crônica, não esta, mas outra, ke precisava muito ke o meu “kê” fosse simplesmente o “kê” ke ele era antes: um “o” com uma perninha pra baixo, à direita. Mas já ke está com defeito, pensei: fazer o kê??
Sempre soube ke a gente dá mais valor à perna kuando tem ke engessar. O violão sem uma corda, parece ke não é mais o mesmo instrumento. Mas nunca pensei ke fosse sentir tanta falta do “kê”. Não dá pra dizer as mesmas coisas sem o “kê”. Não dá pra escrever uma frase kualker sem se preocupar com isso. “Kualker”, por exemplo, parece um termo alemão para cerveja ruim.
Imagine só, passar por um período küinküenal, sem o “kê”? “Küinküenal” já é difícil com o “kê”, sem ele é como se fosse o nome de um grupo indígena, tão selvagem ke só é visto de cinco em cinco anos. O “kero-kero” não voa sem os seus “kês”, parece nome de bombom. “Kiçá” pode ser uma fruta, talvez parente do kiwi. E outra: ninguém te leva a sério se você diz “eu kero”. Eu “kero” só serve pra balinhas e chicletes. Kiçá um sorvete de kiwi.
Enfim! Ker keira, ker não keira, o “kê” faz falta: mas não há propriamente saudades, tampouco nostalgia pelo “kê”. O problema, na verdade, é essa ausência disfarçada de “k”. É como se o “k” fosse um “kê” de má kualidade. Kem dera a kestão fosse mais simples e eu apenas eskecesse isso. Só ke acabo recebendo keixas sobre o “k” no lugar do “kê” e não posso kitar a dívida de “kês” trocando-os por uns “kás”, ou por kualker outro símbolo adekuado. Por ke um “kê” é um “kê” e eu nunca tinha percebido a importância disso.
Se o “kê” não volta, eu me recuso a comer keijo. Tenho a forte impressão de ke “keijo”, assim sem o “kê”, deve fazer mal à saúde. E enkuanto o “kê” não encontra mais a sua kerência aki, neste teclado kebrado, eu tento me convencer de ke eu kero, sim, eu kero comprar um teclado novo, o kuanto antes. Hoje mesmo, eu kuase acreditei.

8 comments:

Unknown said...

Se não puder comer queijo, tenho pena do que pode acontecer contigo, Cae =P

Queijo é mó bão. Aqui em casa, minha vó faz um macarrão com molho de queijo que é irresistível.

Você sobrevive a falta do quê. Vai acabar comprando outro teclado e adotando o miguxês como costume de digitar sem o quê =P

Anonymous said...

kekeísso, kaetano. Açim fika komplicado de esplikar todo o pk deça linhuajem k falasse no páíz. Çerá q o txcãns é a inkluzãu de teklados?

Unknown said...

kelidaooo! <:o)
vc sem keijo?! ah-hamm! sei sei...
tsc tsc!

Anonymous said...

ainda bem que não faltou o "dê" como você escreveria donuts?

Unknown said...

Muito bom texto!! Como, que de uma situação que para alguns é 'normal', você conseguesse fazer uma 'problemática'(esqueci palavra melhor, ultimamente ando tendo uns brancos na memória...)?
No meu caso foi com o 'y', pensei que essa letrinha não fizesse tanta falta...

Anonymous said...

"Conseguesse" foi do caralho.

Preciso adicionar essa ao meu vocabulário, embora sinceramente não saiba o que significa.

Anonymous said...

miguxo do kê
hohoho

Anonymous said...

De tanto uso, apaguei as vogais do meu teclado. Uma hora cê desencana e passa a escrever td axim por falta de s.