Ele também tinha isso, quase uma dependência, um tipo de vício, uma dessas loucuras por alguma coisa específica. Ele também tinha dessas coisas, sim, claro que tinha.
- Rapaz, eu sou louco por...
E ele fez um gesto com as mãos, como quem pede ajuda pra se lembrar das palavras.
- Como é mesmo o nome? Sou louco por...
Ficou aquele clima de espera e ele já estava se distanciando, adentrando seu cérebro, a procura daquilo que, enfim, ele não lembrava.
- É uma coisa que a gente compartilha e... mas eu sou louco por aquilo, rapaz. Sou louco pelas...
Ele era louco pelas... pelas... pelas mulheres do Rio. E pelos dias de praia. E pelas histórias do “Flash”, pela torta de morango da tia Lení, pela música do... como era mesmo o nome?
- Mas rapaz, que coisa. Está na ponta da língua, quase saindo, mas não sai. Sou louco por...
Sou louco por cheiro de pizza dormida. Bola de gude, filmes do Charles Chaplin, canções do... aquele, com a voz grave. Alguma coisa com “Gonçalves”.
E entre essas e outras as pessoas iam dizendo suas loucuras. Uns eram loucos por chocolate, outros por cinema, outros por cachorros, etc.
E ele tentando pensar, tentando ouvir os outros, tentando encontrar a palavra, já que ele era louco mesmo, não por cinema ou chocolate, mas por... por...
- Não está vindo na minha mente agora, mas rapaz, eu sou louquinho por...
Mas ele foi interrompido antes. Porque a essa altura da conversa ninguém queria ouvir reticências. E seguindo o fluxo da conversa, já estavam praticamente em outro assunto. Ele até deu uma respirada diferente, como quem acaba de lembrar de alguma coisa, mas era alarme falso. E em seguida, o que era louco por cachorros emendou:
- Por isso eu quis morar numa casa espaçosa, por causa dos cachorros que precisam de espaço e...
De repente, deu aquele estalo. A palavra voltou, como se o “Flash” tivesse vindo com ela escrita na mão e entregado para o Nelson Gonçalves cantar. E ele disse, realizado, como quem acaba de provar uma torta de morango da tia Lení:
- Rapaz, vou te falar.
O pessoal atento e ele satisfeito:
- Sou louco por memórias.
- Rapaz, eu sou louco por...
E ele fez um gesto com as mãos, como quem pede ajuda pra se lembrar das palavras.
- Como é mesmo o nome? Sou louco por...
Ficou aquele clima de espera e ele já estava se distanciando, adentrando seu cérebro, a procura daquilo que, enfim, ele não lembrava.
- É uma coisa que a gente compartilha e... mas eu sou louco por aquilo, rapaz. Sou louco pelas...
Ele era louco pelas... pelas... pelas mulheres do Rio. E pelos dias de praia. E pelas histórias do “Flash”, pela torta de morango da tia Lení, pela música do... como era mesmo o nome?
- Mas rapaz, que coisa. Está na ponta da língua, quase saindo, mas não sai. Sou louco por...
Sou louco por cheiro de pizza dormida. Bola de gude, filmes do Charles Chaplin, canções do... aquele, com a voz grave. Alguma coisa com “Gonçalves”.
E entre essas e outras as pessoas iam dizendo suas loucuras. Uns eram loucos por chocolate, outros por cinema, outros por cachorros, etc.
E ele tentando pensar, tentando ouvir os outros, tentando encontrar a palavra, já que ele era louco mesmo, não por cinema ou chocolate, mas por... por...
- Não está vindo na minha mente agora, mas rapaz, eu sou louquinho por...
Mas ele foi interrompido antes. Porque a essa altura da conversa ninguém queria ouvir reticências. E seguindo o fluxo da conversa, já estavam praticamente em outro assunto. Ele até deu uma respirada diferente, como quem acaba de lembrar de alguma coisa, mas era alarme falso. E em seguida, o que era louco por cachorros emendou:
- Por isso eu quis morar numa casa espaçosa, por causa dos cachorros que precisam de espaço e...
De repente, deu aquele estalo. A palavra voltou, como se o “Flash” tivesse vindo com ela escrita na mão e entregado para o Nelson Gonçalves cantar. E ele disse, realizado, como quem acaba de provar uma torta de morango da tia Lení:
- Rapaz, vou te falar.
O pessoal atento e ele satisfeito:
- Sou louco por memórias.
3 comments:
Legal o texto.
=)
hahaha!!
eh nisso que dah ter uma cabeça de melão!! ^^
mas... esse véi eh mei doido neh naum!?
hsuais >PP~~
excepcional.
é fácil ser louco por memórias quando elas são feitas de textos assim..
abraço!
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