Era um neurônio antigo. A cada gole d’água, ele ativava:
- Glub, glub, glub...
Mas os outros diziam que não, que não era assim. O certo era
“glomp”. Não tinha nada que ficar fazendo “glub”. Era “glomp”. Ele franzia a
testa e eles tentavam pronunciar melhor: “É glomp! Glomp, glomp, entendeu?
GLOMP!!”
Foi aí que ele parou de beber água com os outros. De vez em
quando ainda perguntavam:
- Glomp...?
Ele balançava a cabeça negativamente. Reafirmava: “glub”. E
continuava com o seu suco de laranja.
Mais tarde discutiram novamente, porque é claro que havia
água nos sucos, como os de laranja, então era preciso um meio termo. Pelo menos
um “glomb” ou um “glumb”. Mas “Glomb” era complicado, porque era terrível de
engolir. E “glumb” só funcionava bem nas goladas rápidas, com muita sede,
“glumb-glumb-glumb-glumb...”.
Um dia, finalmente encontraram algo entre o “glumb” e o
“glomb”. Mas aquilo deu numa engasgada terrível, que quase matou a todos.
Com o tempo, concluíram que cada sede era uma sede em
particular e passaram a se preparar melhor para o caso de terem que improvisar.
Mas até hoje discutem se deveriam realmente permitir o uso do
“glamb”.